Passam bem devagar
As horas supremas da agonia
Um sonho repetido sem parar
Carregado pela triste melodia.
É a noite que não deixa dormir
Um silêncio que nada promete
Desafinado do tolo discutir
Que só a mim entristece.
São os pássaros que asfixiam
Ou as conversas que não quero
São os tons que tanto riram
De um coração já desperto.
Nos teus lençóis desalinhados
Deixo a alma e o saber
Pouco, muito ou nada despertos
Mas sou quem mais não posso ser.
O sorriso que fugiu roubado
Guarda-lo tu nas mãos frias
Para soltar sem grande cuidado
Nas malhas das noites feridas.