quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Perdi a mão

Perdi a mão que escrevia e a cabeça que sustentava os devaneios.
Talvez tenha encontrado a calma e paz necessárias para fugir deste exercício de escrita catatónico e de purificação dos meandros obsoletos da minha mente. Um refrescar de ideias inconstante, que me afasta desta tela em branco, que sujo com dizeres muito próprios quanto muito vulgares.

Perdi a mão que escrevia mas não a substituí. Mantém-se, inválida e serena, colada a um corpo que se transforma e desenvolve. Pede, volta e meia, ganha força para tomar a liderança e puxar pela mente. Puxar pelos sonhos e anseios, pelos dramas e ambições.

Perdi a mão que escrevia? Antes, escondia-a da minha vista, apesar de sentir o pulsar instintivo de colar nas palavras as ideias que me assaltam e dedilhar inconsequentes frases de catarse.

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